“A criação da ciência social é o momento decisivo na filosofia de Comte. Dela tudo parte, a ela tudo se reduz”. (Levy-Bruhl)
Auguste Comte
- Auguste Comte e o Positivismo
Auguste Comte nasceu em 1798 em Montpellier, na França. Foi aluno da famosa Escola Politécnica, de Paris, lugar onde se ensinavam as ciências e os pensamentos mais avançados de sua época. Comte era professor e jornalista. Esse pensador francês criou uma poderosa escola filosófica, caracterizada como uma filosofia burguesa liberal, conservadora e progressista, seu objetivo era se afirmar como uma religião racionalista. Essa doutrina é o Positivismo.
- Suas Principais Obras:
Comte afirmou seus pensamentos por meio de duas obras importantes:
O ambicioso Curso de Filosofia Positiva e o Sistema de Política Positiva ou Tratado de Sociologia.
As duas obras têm uma natureza bastante diversa, pois, enquanto a primeira obra busca afirmar uma crítica científica da filosofia e da teologia, a segunda se converte segundo alguns críticos, em uma espécie de delírio político-religioso, inspirado pelo amor platônico de Auguste por Clotilde de Vaux, irmã de um dos seus alunos.
O Sistema de Política Positiva, em sua publicação foi dedicado à Clotilde de Vaux, onde afirmou a valorização da emoção sobre o intelecto, dos sentimentos sobre a racionalidade, assim como do afeto do calor feminino sobre a frieza do intelecto masculino. No entanto, é no Curso de Filosofia Positiva que se encontram suas ideias mais frutíferas, em que de forma profunda e original, Comte propõe a adoção do método científico como base para a organização política da sociedade industrial moderna.
Alguma das contribuições importantes de seu pensamento nessa obra é a Lei dos Três Estados ou Estágios, que defende a ideia revolucionista de que o desenvolvimento intelectual humano havia atravessado, ao longo da história, três estados ou estágios sendo eles:
- O teológico, onde a explicação do mundo feita pela sociedade fundamentava-se através da intervenção de deuses e espíritos;
- O metafísico período que os deuses e espíritos eram substituídos por causa finais, essências e abstrações;
- O positivo que se diferenciava pela consciência das limitações do conhecimento humano e a busca da descoberta das leis, baseadas nas relações sensíveis observáveis entre os fenômenos naturais.
Enfim, através desses estágios podemos perceber que o Positivismo representa uma ruptura com o idealismo filosófico (doutrina que reduz o ser ao pensamento ou a alguma entidade de ordem subjetiva, como o espírito, a consciência, as ideias, a vontade, entre outros, que se tornam a base para a compreensão da realidade), exigindo maior respeito com a experiência e os dados positivos, nos quais a experiência sensível, imediata, pura, garante sua maior capacidade de descrição e análise por meio da utilização da história e da ciência, o que se traduz em uma enorme aproximação com o campo prático e o técnico.